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Projeto de pesquisa: Educação Especial

Nome*:Gabriela Santana de Souza
Email:100845@upf.br
Curso:Pedagogia Passo Fundo
Área da Pesquisa em Educação:Educação Especial
Título provisório do projeto:AdapAdaptações escolares com alunos que possuem dificuldade de aprendizagem.
Problema central da pesquisa:No contexto escolar há uma grande diversidade de educandos, os quais apresentam suas singularidades e especificidades. Muitas vezes, o professor desconsidera a individualidade das crianças propondo atividades de forma coletiva, o que pode ser traduzido posteriormente em dificuldades de aprendizagem.
Objetivos da pesquisa:O presente trabalho tem como objetivo investigar as possibilidades de intervenções pedagógicas com alunos que possuem dificuldades de aprendizagem, alertando os professores e pais sobre essa patologia que é considerada muito comum, na infância e com bastante freqüência, prejudica o rendimento escolar da criança.
Justificativa:É comum que os professores se sintam um tanto despreparados para lidar com certas situações em sala de aula, onde alguns alunos por vez podem apresentar dificuldades de aprendizagem. Frente a essas dificuldades encontradas na sua prática, esses profissionais se questionam sobre qual a melhor atitude a ser tomada, para que seu aluno consiga ter avanços cognitivos, não prejudicando a turma que está inserido e nem sendo excluído da turma e das atividades realizadas, pois até hoje a desinformação acerca do assunto é um dos maiores problemas na vida de uma criança ou adolescente com esse distúrbio.
Natureza da pesquisa:Analisar um problema
Metodologia da pesquisa:Qualitativa
Design da pesquisa:Pesquisa bibliográfica
Coleta de dados:Ao abordar o tema dificuldades de aprendizagem (DA), pode-se tecer uma série de reflexões a partir de diferentes linhas de pesquisa que embasam a teoria e a prática nessa área de conhecimento.
O termo "dificuldade de aprendizagem" começou a ser usado na década de 60 e até hoje na maioria das vezes é confundido por pais e professores como uma simples desatenção em sala de aula ou "espírito bagunceiro" das crianças. Mas a dificuldade de aprendizagem refere-se a um distúrbio que pode ser gerado por uma série de problemas cognitivos ou emocionais podendo afetar qualquer área do desempenho escolar.
Refere-se a um grupo heterogêneo de transtornos que se manifestam por dificuldades na aprendizagem, interferindo na capacidade para guardar, reter, processar ou produzir informação, dificuldades de aprendizagem como "uma perturbação num ou mais dos processos psicológicos básicos envolvidos na compreensão ou no uso da linguagem falada ou escrita, a qual se pode manifestar através de uma capacidade imperfeita para escutar, pensar, falar, ler, escrever, soletrar ou realizar cálculos matemáticos. Esses transtornos são intrínsecos ao indivíduo, supondo-se devido à disfunção do sistema nervoso central, e podem ocorrer ao longo do ciclo vital. Junto com as dificuldades de aprendizagem, pode existir problemas nas condutas de auto-regulação, percepção social e interação social, mas não constituem, por si próprias, uma dificuldade de aprendizagem.
Segundo especialistas, as crianças com dificuldades de aprendizagem geralmente apresentam desmotivação e incômodo com as tarefas escolares gerados por um sentimento de incapacidade, que leva à frustração. Os pais e demais membros da família devem ficar atentos ao desenvolvimento e ao comportamento da criança, mas eles precisam ter cuidado para não confundir o desenvolvimento normal da crinaça, com a dificuldade de aprender, pois cada criança é única e por isso cada uma tem um processo diferente de desenvolvimento, umas aprendem a andar mais cedo, outras falam mais cedo, e isso é absolutamente normal, não existe um 'padrão' de desenvolvimento, portanto é importante que os pais respeitem o desenvolvimento geral da criança.
Na maioria dos casos o professor é o primeiro a identificar que a criança está com alguma dificuldade, pelo fato da criança conviver apenas com o seu meio familiar, muitas características repousam em estado de latência, demonstrações que ela é algo diferente já foram dadas para a família, mas é no inicio da vida escolar que as diferenças podem revelar sua potencialidade problemática. Até então, a criança contava com a estrutura familiar para se organizar, e muitas de suas características poderiam não estar acarretando problemas mais sérios. Já no âmbito escolar a criança é solicitada a cumprir metas e seguir rotinas, executar tarefas e é recompensada ou punida de acordo com a eficiência com que são cumpridas.
Assim, quando o professor desconfiar que a criança possa ter um problema, é essencial que se proceda a uma avaliação do aluno em causa. Com base nessa avaliação, obter-se-á informação precisa que se revestirá de grande importância para os alunos, para os pais e para o professor, uma vez que permitirá a estes compreender e apoiar o aluno a aprender e a ultrapassar os efeitos da dificuldade em questão. Para identificar este aluno, é necessário recorrer à avaliação formal e informal, avaliação que caberá tanto aos profissionais da educação como aos da saúde.
Ao ser diagnosticado o transtorno, é necessário encaminhar a criança para um profissional para receber as orientações. Neste caso, os psicólogos com especialização em clinica infantil, são os profissionais mais adequados para realizar uma avaliação e tratar da criança, se o problema for gerado por fator emocional. Caso o diagnóstico da criança for dificuldade cognitiva, a criança deve ser encaminhada para um psicopedagogo que poderá ajudar no desenvolvimento dos processos de aprendizagem.
Assim a criança com dificuldades na aprendizagem, agora precisa ajustar-se às regras e a estrutura de uma educação continuada, em que há cobrança de desempenho. O Os pais têm que dar segurança e atenção para ensinar a criança a aceitar as frustrações, criar um ambiente adequado para que ela desenvolva o estudo e estabelecer limite de horários para a realização das tarefas.
Porém não devem confundir dificuldade de aprendizagem com falta de vontade de realizar as tarefas, os problemas de aprendizagem podem ser causados por uma simples preferência por determinadas disciplinas ou assuntos.
Sabe-se que o sucesso em sala de aula, freqüentemente, exige uma série de intervenções. A maioria das crianças com DA pode permanecer na classe normal, com pequenos ajustes na sala, como a utilização de um auxiliar ou programas especiais a serem usados fora da sala de aula.
Para que o professor obtenha sucesso em suas intervenções ele necessitará saber quais os problemas específicos que o aluno tem. Só a partir daí será possível dar res¬posta às necessidades educativas do aluno. Por exemplo, se este registra uma disfunção visual, seria contraproducente recorrer a métodos de caráter marcadamente visual. O professor deverá, pois, ter conhecimento da modalidade de aprendizagem em que o aluno melhor funciona a fim de poder explorar os seus pontos fortes.
O aluno que apresenta dificuldades de aprendizagem necessita estar inse¬rido num ambiente bem estruturado. De forma geral, o rendimento dos alunos melhora quando o professor esquematiza no quadro as atividades a realizar ao longo do dia ou da aula e apresenta, segundo o mesmo processo, os objetivos a atingir. Uma revisão de fatores como tempo e regras associados a cada nova atividade ajuda igualmente o aluno com dificuldades de aprendizagem a fazer a transição entre uma atividade e outra.
Algumas atividades realizadas na sala de aula ou a existência de constantes e múltiplos diálogos simultâneos conduzem facilmente alguns alunos com dificuldades de aprendizagem a um estado de estimulação excessiva. Nestas condições, estes alunos apresentam freqüentemente um comportamento inadequado, o qual pode perturbar toda a classe. O professor, neste caso, tem a seu cargo a responsabilidade de ajudar os alunos em questão a recuperar o comportamento adequado. O professor pode criar um espaço na sala de aula ao qual o aluno se pode dirigir para fazer uma pausa, afastando-se das atividades em curso. Pode ainda, por exemplo, pedir ao aluno que vá realizar uma tarefa fora da sala de aula, ou poderá mesmo encaminhá-lo para a biblioteca da escola. Tais ações, porém, nunca devem ter um caráter punitivo, servindo só como oportunidades para o aluno poder usufruir de momentos de sossego e assim recuperar a calma perdida.
A modalidade de aprendizagem de muitos alunos com dificuldades de aprendizagem é uma modalidade sinestésica. Estes alunos têm maior facilidade em aprender, quando podem ver e tocar objetos concretos relacionados com os conteúdos que estão a ser selecionados. Conseguem também produzir uma imagem sinestésica, se, com os dedos, formarem as letras e os números no espaço. Dependendo da idade do aluno, o recurso a areia e a lixa para formar letras e números produz o mesmo efeito. D No entanto, na classe regular, uma abordagem deste tipo isolará o aluno, a menos que todos estejam a usar o mesmo método. O recurso à manipulação de objetos em que toda a classe ou um pequeno grupo está envolvido resulta no interesse de todos os alunos, pois todos serão beneficiados.
O professor precisa de ser flexível, no que diz respeito aos trabalhos que distribui. Se um aluno tem dificuldade em produzir um relatório escrito, deve ser considerada a hipótese de substituí-lo pela versão oral ou gravada. Os computadores são ferramentas extremamente úteis neste campo, existindo mesmo vários tipos de programas destinados a facilitar a produção escrita. Pode também ser necessário reduzir a extensão dos trabalhos escritos, de forma a que o aluno com dificuldades de aprendizagem possa ser bem sucedido na total realização do exercício em causa.
Acima de tudo, o professor deverá assinalar o sucesso obtido por este aluno. Tal como deve acontecer com todos os alunos, o feedback deve ser positivo e imediato, o recurso a técnicas de modelação do comportamento pode também estimular o desejo que o aluno tem de ser bem sucedido.
Enfim ensinar um aluno com dificuldade de aprendizagem pode exigir um atendimento variado, incluindo: aulas particulares, aconselhamento acadêmico especial, desenvolvimento de habilidades básicas, assistência para organizar e desenvolver habilidades de estudo adequadas e/ou atendimento psicopedagógico. Alguns alunos com dificuldades de aprendizagem não exigem o uso extensivo de pessoal técnico, fundos extras ou a ajuda de professores, mas pode precisar de modificações apropriadas no programa e subsídios para auxiliá-los. Estes incluem leitores, copiadores, anotadores, uma prática que lhes garanta mais tempo para realizar trabalhos, projetos ou testes e, livros ou conferências gravadas.
As escolas precisam fornecer às pessoas com dificuldades de aprendizagem uma educação apropriada, incluindo bons sistemas escolares, bons profissionais que se dediquem ao diagnóstico cuidadoso e ao atendimento remediador de qualidade.
Sabe-se que aprender exige uma integração entre cognição, afetividade e a ação, nas pessoas que não apresentam dificuldades, esta integração flui, permitindo a aprendizagem. Já aqueles que por algum motivo apresentam dificuldades, esta integração aparece obstaculizada, desorganizada, o que provoca muita tensão diante das situações de aprender. O não conseguir aprender por repetidas vezes faz com que o aprendiz forme de si uma imagem de fracasso e se iniba ou se afaste de novas situações de aprendizagem.
Com isso Minetto afirma que,


este afastamento vai impedindo a sua evolução cognitiva e inibindo o seu desejo de aprender, o que gera desconforto diante de novas aprendizagens, provocando por certo um novo fracasso (2008, p. 55).


Neste sentido as intervenções no ambiente escolar são de extrema importância, aliás, como já foi citado anteriormente, cabe novamente frisar que, no diagnóstico ou no manejo do DA, o trabalho em conjunto com a escola é fundamental, esta precisa ter uma filosofia inclusiva que acolha e aceite as diferenças com flexibilidade, para que seja capaz de organizar e executar mudanças necessárias para atender á singularidade do aluno. É necessário também que esta ressignifique suas funções políticas, sociais e pedagógicas, adequando seus espaços físicos, melhorando as condições materiais de trabalho de todos os que nela atuam, estimulando neles a motivação, a atualização dos conhecimentos, a capacidade de crítica, enfim, aprimorando suas ações para garantir a aprendizagem e a participação de todos, em busca de atender ás necessidades de qualquer aprendiz, sem discriminação.
Neste aspecto Carvalho revela que,


para incluir um aluno com característica diferenciadas numa turma dito comum, há necessidade de se criarem mecanismos que permitam, com sucesso, que ele se integre educacional, social e emocional com seus colegas e professores e com os objetos do conhecimento e da cultura (2004, p. 160).

Dessa forma percebe-se que a proposta de inclusão é muito mais do que cenários nos quais ocorre o ensino-aprendizagem de conteúdos, consideram-se os valores, princípios e todas as relações que se estabelece entre os grupos que nela interagem e que, em seu conjunto, constituem-se como comunidade de aprendizagem abrangente e significativa. Garantindo a ativa participação dos alunos em todas as atividades do processo de ensino-aprendizagem, principalmente em sala de aula.
Além disso, o processo de desenvolvimento e de aprendizagem deve ser considerado como biológico e cultural. Com isso Lima, afirma que é na relação com o meio que o individuo se desenvolve, mas a efetivação do desenvolvimento acontece no nível individual, ficando registrado no corpo e no cérebro (2001, p.24).
Os processos interativos dos professores e dos alunos, juntamente com os objetos de conhecimento e da cultura são essenciais para o aprendizado na escola, pois o papel da escola é mais que simplesmente ensinar, cabe a ela contribuir para os processos de aprendizagem e de desenvolvimento de todos os que pertencem á comunidade escolar.
Assim, a escola deve apoiar e orientar o professor constantemente, para que este possa desenvolver suas competências e realizar um bom trabalho, pois o professor é quem determina a evolução de qualquer criança, não só no sentido escolar, mas também no âmbito afetivo. As crianças vêem nele um modelo a ser constatado como familiar, uma nova fonte de afeto e autoridade, um novo ponto de referência sobre sua escala de valores e um novo reflexo de sua própria imagem.
O ideal seria que os professores fossem orientados para a necessidade de uma sala de aula bem estruturada, com poucos alunos. Rotinas diárias consistentes e ambiente escolar previsível ajudam essas crianças a manterem o controle emocional, bem como estratégias de ensino ativo que incorporem a atividade física com o processo de aprendizagem são fundamentais.
Assim, ressalta-se que para uma criança que possui dificuldades na aprendizagem, as tarefas propostas não devem ser demasiadamente longas e precisam ser explicadas passo a passo, é importante que o aluno receba o máximo possível de atendimento individualizado, sendo colocado na primeira fila da sala de aula, próximo à professora e longe da janela, ou seja, em um local onde ele tenha menor probabilidade de distrair-se.
O professor precisa demonstrar à criança que entende suas dificuldades e que pode ajudá-la. Além da compreensão, e aceitação do aluno pelo docente é um caminho para que ele sinta-se acolhido, em meio aos seus limites e possibilidades. O professor também deve estar atento a algumas de suas características pessoais, como a intensidade da própria voz. As modificações do tom de voz podem chamar a atenção da criança para a atividade e, se o professor tiver criatividade ele poderá manter a atenção do aluno por um tempo maior. Isso porque as crianças com DA gostam de novidades e uma das maneiras de envolvê-las é realizar variações no trabalho pedagógico.
Para obter resultados concretos é preciso ser feito um trabalho em conjunto entre pais, psicólogos, escolas e professores, que deverão estar envolvidos com um único objetivo , ajudar a criança. E é imprescindível que os pais conheçam seus filhos e conversem freqüentemente com eles para que possam detectar quando algo não vai bem.
Após o término do projeto evidencia-se, que cada criança tem seu ritmo, seu estilo, seus interesses, seus limites e suas possibilidades, é a escola que deve adaptar-se à criança e não o contrário. Assim, Vygotsky ressalta, "não existe uma única forma de aprender e tampouco uma única forma de ensinar, mas o 'bom aprendizado' é, aquele que envolve sempre a interação com outros indivíduos e a interferência direta ou indireta deles, e, fundamentalmente, o respeito ao modo peculiar de cada um aprender" (2001, p.59). No decorrer do trajeto muitos podem ser os obstáculos encontrados no processo de ensino e de aprendizagem, por isso o professor precisa ter clareza de como a criança aprende, pois o conceito de aprender determina como ensinar.
Além disso, os educadores precisam entender que o espaço escolar é um ambiente de diferenças e de diversidades, portanto, exige deles novas compreensões acerca dos fatores que interferem na aprendizagem dos alunos, bem como mudanças nas estratégias, nos encaminhamentos metodológicos e avaliativos do processo ensino-aprendizagem, pois uma educação que se propõe inclusiva e de qualidade para todos, deve reconhecer as diferenças e diversidades, respeitando-as e compreendendo os limites e os avanços de seus educandos. Isso só será possível, se o professor propor intervenções pedagógicas considerando as singularidades e subjetividades presentes no espaço educativo da unidade escolar.
A ação pedagógica do professor não pode ser definida isoladamente, o trabalho coletivo entre pais, psicólogos e médicos permitirá à criança incluir-se em uma rotina estruturada em seu cotidiano, bem como a organização de recursos e a atenção às necessidades de cada aluno formam uma estrutura básica para melhorar a qualidade da educação, auxiliando na reintegração do indivíduo aos grupos sociais, possibilitando a estimulação e valorização de seu aprendizado, criando assim possibilidades de desenvolverem uma vida normal.
Nessa perspectiva, o desenvolvimento de sistemas educacionais inclusivos, nos quais as escolas devem acolher todos, independente de suas condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais, lingüísticas e outras, representam a possibilidade de combater a exclusão e responder às especificidades dos alunos.
Referências bibliográficas:Referências Bibliográficas

CARVALHO, Rosita Edler. Educaçao Inclusiva: Com os pingos nos "is". Porto Alegre: Mediação, 2004.

LIMA, Elvira de Souza. Questões Atuais Sobre o Desenvolvimento. Revista Pátio, ano IV, n.16, fev/abril. 2001.

MINETTO, Maria de Fátima. Currículo na Educação Inclusiva. Curitiba: Ibpex, 2008.

VYGOTSKI, Lev Semenovich. Psicologia pedagógica. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
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