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Morgana Mangoni - Pedagogia Passo Fundo

Um hospital infantil é por excelência um ambiente carregado de emoções contraditórias. A doença exclui a criança de seu ambiente, imobilizando-a social e intelectualmente. Junto ao fato de estar excluída de seu ambiente, estar enferma e ser diferente de seus colegas de escola aparece com frequência uma queda de autoestima.
Estar fora de seu meio social abala o psicológico e compromete seus aspectos físicos e biológicos, por isso, esse educando hospitalizado necessita mais do que o essencial tratamento médico, já que sofre muito mais com a cisão nos seus laços sociais.
O aluno hospitalizado pode atravessar vários problemas psicológicos tendo sentimento de culpa depressão, ansiedade e a sensação de abandono, principalmente as crianças mais dependentes de seus pais. O aluno precisa incessantemente estar amparado por uma equipe de profissionais que o auxiliam nessa luta em busca de saúde, autoestima e melhoria da qualidade de vida naquele momento.
O papel da educação no hospital e do professor é inicialmente, propiciar para a criança e para o jovem a compreensão daquele espaço, permitindo que atribua um significado positivo a esta nova experiência, e ofereça possibilidades de acesso a novos conhecimentos,
na garantia da continuidade ao seu processo educacional.
Ressaltando-se que existe uma infinidade de patologias infanto-juvenis que se encontram no mesmo ambiente de atendimento médico-hospitalar, um ambiente onde existe dor, debilidade orgânica e necessidade de muito repouso, para tanto é necessário que as práticas pedagógicas também sejam diferenciadas de acordo com a especificidade de cada um, valorizando o espaço de expressão, coletiva ou individual e acolhimento das emoções das crianças e/ou adolescentes hospitalizados.

O professor tem de se reconhecer como pesquisador do seu fazer, buscando novas respostas para eternas novas perguntas. Como referencia á escola, o professor pode tornar-se a ponte, através da realização de atividades pedagógicas e recreativas, com um mundo saudável (a escola) que é levado, pelas próprias crianças, para o interior do hospital como continuidade dos laços de aprendizagem e de vida.
A contribuição das atividades pedagógicas para  bem estar da criança enferma aciona o lúdico como um canal de comunicação com a criança hospitalizada, procurando fazê-la esquecer, durante alguns instantes, o ambiente necessário, porém fisicamente agressivo no qual se encontra, resgatando sensações vividas anteriormente á entrada no hospital e permitindo a elaboração da realidade vivenciada.

Educar significa utilizar práticas pedagógicas que desenvolvam simultaneamente razão, sensação, sentimento e intuição e que estimulem a integração intercultural e a visão planetária das coisas, em nome da paz e da unidade do mundo. Assim, a educação -além de transmitir e construir os saberes sistematizado- assume um papel terapêutico ao despertar no educando uma noca consciência que transcenda do eu individual para o eu transpessoal. (MATTOS; MUGIATTI, 2008, apud Cardoso, 1995, p. 48).

A classe hospitalar inserida em um espaço dinâmico, com suas especificidades (ambiente incomum, rotina estressante, procedimentos médicos invasivos e uma equipe médica desconhecida) passa a ser um dos canais com o mundo fora do hospital para a criança. Ela descobre que no espaço da sala de ula no hospital suas vivências escolares consideradas.
Ao realizar as atividades (brincadeiras, jogos, pinturas e deveres) a criança consegue extrapolar suas emoções e na maioria dos casos, transforma-se em alívio e consequentemente, trazem satisfação.
Durante as interações na sala de aula do hospital, a brincadeira e o brinquedo tornam-se, também, o fio condutor de toda a ação pedagógica empreendida junto ás crianças e adolescentes hospitalizados. Embora não seja um aspecto predominante da infancia, o brinquedo "é um fator muito importante do desenvolvimento" (Vygotsky, 2000, p. 133)

Entendendo o brincar como uma função básica da criança, que brincando ela explora, descobre, aprende e aprende o mundo a sua volta e que numa situação de internação hospitalar, toda a sua rotina é modificada, a brinquedoteca apresenta-se como uma alternativa rica para atender a essa demanda. O trabalho com brinquedotecas nos hospitais é atual e necessário para o bem estar da criança e adolescentes no período o qual estão internados, pois o brincar possibilita que elas se distraiam, esqueçam por alguns instantes que estão doentes e no hospital. Sendo assim a brinquedoteca é um espaço onde as crianças e adolescentes aprendem a compartilhar brinquedos, histórias, emoções, alegrias e tristezas sobre a condição de hospitalização. Através das brincadeiras coletivas, elas desenvolvem aspectos de socialização, desenvolvimento motor e cognitivo.
A recreação como proposta terapêutica busca junto da criança enferma resgatar seu lado sadio, servindo como agenciamento de criatividade, das manifestações de alegria e do lazer que recriam energia e vitalidade muitas vezes superando barreira e preconceito de que doença e hospitalização são lugares de solidão, saudade e sentimentos dolorosos (CECCIM, 1997, P. 60).

A Classe Hospitalar pressupõe a garantia do atendimento pedagógico-educacional durante o período de internação, promovendo ás crianças e jovens assistência as suas necessidades educativas, prevenindo desta forma a evasão e o atraso escolar. É compreendida na modalidade de Educação Especial por atender crianças e/ou adolescentes considerados com necessidades educativas especiais em decorrência de apresentares dificuldades curriculares por condições de limitações de saúde.

A ação dos profissionais da educação hospitalar em sua prática deve ser um processo que implica o ensino ativo, dialógico e interativo entre a escola, família e o estudante, no qual o aluno é compreendido a partir de sua relação e integração em diferentes grupos sociais, educacionais e culturais. Devemos converter suas experiencias em aprendizagens, rompendo os preconceitos, a fim de que todos possam aprender, valorizando as diferentes concepções de aprendizagem, os atributos pessoais, metas, ritmos e necessidades comuns ou específicos de cada estudante.                        
Morgana Mangoni  -  Email: mangoni267@gmail.com

 

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